Um Y está no centro de um debate e pode ser impedido de ser feito. Não se trata de uma letra alfabética, mas sim um pier para atracação de navios transatlânticos que está levantando polêmica no projeto de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro.

De um lado, arquitetos, urbanista, órgãos de preservação de patrimônio como o Iphan e a prefeitura, que criticam a decisão de construir o pier em formato de Y e que avança 500 m na Baía da Guanabara, bem em frente aos armazéns 2 e 3. Do outro lado, está a Companhia das Docas que defende a construção no local.

Orçado em R$ 250 milhões, o pier visa criar mais espaço para acomodar os transatlânticos que cada vez mais fazem paradas no Porto do Rio e que estariam sem espaço para atração na área do Pier Mauá, o projeto também busca facilitar ações para a Rio 2016, já que a cidade não possui o número de leitos suficientes de hotel, e teriam que ser trazidos ao Rio de Janeiro, navios de turismo, que serviriam como hotéis flutuantes ancorados.

A Companhia das Docas agora quer construí-lo na direção dos armazéns 2 e 3 e quase em frente ao Mosteiro de São Bento, bem tombado pelo patrimônio histórico. Hoje, o Iphan estará analisando se o pier por receber grande navios não poderia empatar a visão do local. Há dois anos estudou-se fazer o pier em frente aos armazéns 5 e 6, mas as Docas justifica a mudança com condições técnicas.

Vamos aguardar mais essa polêmica na Zona Portuária que está em processo de revitalização, e tem mais um projeto que deve mexer com a cidade, como o caso, da derrubada do Elevado da Perimetral, que vem dividindo algumas opiniões na cidade.

Foto: Diogo Fagundes