Fratura Olímpica
Publicado por cidadedorio em 26/04/13 | Rio 2014/16
Editorial da Semana
Por André Delacerda e Diogo Fagundes,
Muito vão se perguntar o porquê deste Editorial, o porquê da foto, e do título “Fratura Olímpica”. E vão ainda indagar porque estamos preocupados com o agora se ainda falta tanto tempo, cerca de três anos e alguns meses para os Jogos Olímpicos de 2016, e que esse é o tempo necessário para se modernizar o Rio, a Cidade Maravilhosa.
Quanto as estruturas olímpicas sabemos, mesmo que estejam atrasadas, haverá um enorme esforço dos governos e da cidade para que estas estejam prontas há algumas semanas dos jogos. Isso já ocorreu na Grécia, e deu certo.
Mas o que nos chama atenção, nesse contexto de projeto Olímpico é o fato que este não engloba toda a cidade. Sim, há bairros olímpicos e os não olímpicos, os de ouro e os de latão. E nos perguntamos, onde está a manutenção da cidade, a visão de cidade como um todo.
Peço que vocês voltem a olhar esta imagem que ilustra este Editorial. Sim, este é um deck quebrado e quase desabando, e isso, sob os olhos míopes de todos, e em um dos bairros mais caros e tops do Brasil, Lagoa.
Essa imagem foi tirada essa semana, no dia de um evento esportivo na Lagoa Rodrigo de Freitas, o local além de ter seu concreto deteriorado; põe em risco a quem ali vai para a prática de esportes aquáticos, quanto para apreciar a paisagem espetacular da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Imagina se isso ocorre na Zona Sul, o que dirá em outros bairros? Falta manutenção e ainda falta bom senso em buscar melhorar a estrutura urbana já existente e mantê-las para o bem dos seus habitantes e dos milhares turistas que nos visitam.
Um projeto Olímpico deve ter como legado maior a melhora da qualidade de vida de uma cidade e do seu povo. Deve ser amplo, abrangente e não somente uma fratura de projetos.
Barcelona como já falamos anteriormente inovou e levou qualidade de vida a todos seus habitantes. A cidade Catalã deu um banho de loja em si mesma, e renovou a estrutura urbana não somente de seus pontos turísticos, mas também de bairros periféricos.
Está na hora de curarmos e sararmos essas fraturas que existem no Rio de Janeiro e que mostram a fragilidade das estruturas urbanas sejam elas em áreas como a Zona Sul, ou em bairros de subúrbio.
Sigamos o exemplo de Barcelona, que olhou para a cidade como um todo, como nesta foto.