“Made in Rio”
Publicado por blogcidadedorio em 28/03/12 | Destaques da Home, Rio, Site
A música carioca está sempre em movimento. Surgem novos talentos Não é a toa que grandes nomes da música popular brasileira despontaram na Cidade Maravilhosa. E tem sangue novo na área, uma galera jovem, cheia de energia e com uma musicalidade bem carioca. Estamos falando da banda Paulo Camões e Os Lusíadas, que concedeu esta entrevista a André Delacerda.
Cidade do Rio – Como surgiu a ideia de formar a banda? Porque o nome que remota a tradições literárias portuguesas?
Paulo Camões e Os Lusíadas – Não foi bem uma ideia. Foi mais uma necessidade. Eu compunha canções desde os meus 12 anos e aos 15 comecei a fazer shows com músicos contratados, mas faltava a intimidade, a cumplicidade, a parceria de uma banda. Sendo assim, em Janeiro do ano passado tomei a decisão de formar uma banda e, em relação as minhas outras tentativas, isso aconteceu bem mais rápido do que imaginava. Três dias depois ela estava pronta. Primeiro liguei para o Pedro Calloni, baterista que já conhecia da minha escola de música, e fui direto ao ponto: “Quero formar uma banda. Você toca numa banda de jazz, né? Você podia ver com o baixista se ele topa de fazer um ensaio experimental no domingo!” O baixista, Zé Vitor, topou e mais tarde vim a descobrir que ele também já tinha tocado numa banda de rock com o Leonardo Santos, que vim a encontrar mais tarde naquela mesma sexta. O Leo estava sentado num pé sujo pelo qual passava. Não o conhecia muito bem. Só sabia que era amigo da minha irmã e que era interessado em assuntos musicais.
Sentei ao seu lado e disse: “Que é que você toca mesmo?” Ele respondeu: “Guitarra.” Eu, sem mais delongas, continuei: “Quer fazer parte da minha banda?” Então ele, desacreditado de combinações de botequim, respondeu que poderíamos ver. No dia seguinte, assim que acordei, o liguei avisando que teria ensaio no domingo. E assim foi.
Quanto ao nome, a ideia inicial era que fosse só Paulo Camões, meio que solo. Só que a colaboração de todos se mostrava essencial para o desenvolvimento da banda. Além disso, a música se tornava outra a partir do primeiro acorde dado em conjunto. Então, por ter sempre achado legal, sugeri um nome composto como “Nando Reis e os Infernais”, “Lobão e os Ronaldos” e o Calloni em seguida sugeriu Lusíadas, simplesmente pelo meu sobrenome fazê-lo lembrar do livro. Como soou bem, a gente decidiu que aquele seria o nome: Paulo Camões e Os Lusíadas.
Cidade do Rio – Pode-se perceber que a banda tem uma pegada bem particular carioca na harmonia das músicas. Quais as influências musicais que levam a esse estilo?
Paulo Camões e Os Lusíadas – Com algumas poucas exceções, tudo de bom que tem na MPB aconteceu no Rio. Todos os gênios baianos (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, João Gilberto, Novos Baianos) vieram para cá. O rock dos anos 80 aconteceu aqui também, vide Cazuza, Lobão, Paralamas. Além disso, o Tim Maia, o Hyldon, o soul brasileiro aconteceu no Rio. Quanto à bossa nova eu não preciso nem falar. Ou seja, a música brasileira é carioca. As canções que eu componho tem influência disso tudo e, por eu morar no Rio, essa influência é muito mais que musical. Eu admiro a mesma bunda em Ipanema que o Tom admirou, bebo o mesmo chope no Baixo Leblon que o cazuza bebeu e assim por diante. Fora isso, as músicas da banda serem puxadas um pouco mais para o Rock e um pouco mais para o Jazz têm dois motivos: O guitarrista e o baixista, respectivamente.
Cidade do Rio – De onde vem a inspiração das letras?
Paulo Camões e Os Lusíadas – Dou muito valor aos objetos. Gosto de usar coisas nas minhas composições, não só sentimentos. As coisas fazem com que a letra fique mais palpável, mais imagética. Fazem com que o ouvinte veja o que estou cantando e viaje pelas metáforas. Mas a principal inspiração mesmo, como não podia deixar de ser, são as mulheres, os seres mais interessantes da face da terra.
Cidade do Rio – Como está a programação de show? E onde o público carioca pode ouvir vocês?
Paulo Camões e Os Lusíadas – Teremos um show esse sábado dia 31 às 17h no Bistrô da Ponte, um espaço simpático numa cobertura com paisagem para as palmeiras do Jardim Botânico, para a pista do Jockey e para a Lagoa simultaneamente. Além disso, por essa ser a primeira apresentação desse novo formato de shows à tarde que estamos lançando, todo mundo que for terá direito a um welcome drink.
Cidade do Rio – Há algum evento em que vocês gostariam de tocar no Rio de Janeiro?
Paulo Camões e Os Lusíadas – Gostaríamos muito de tocar no Barzin e no Studio RJ. São dois espaços novos, super bem transados e com uma acústica maravilhosa.
Cidade do Rio – Há algo que gostariam de falar para o público em geral?
Paulo Camões e Os Lusíadas – Em breve lançaremos nosso EP, que inclui as duas músicas que lançamos em clipe no youtube e outras duas inéditas!