Dança aérea quer conquistar as praças do Rio de Janeiro
Publicado por blogcidadedorio em 02/05/12 | Rio, Site
Por André Delacerda
A entrevista de hoje vai nos apresentar a dança aérea feito por moças e rapazes. Conhecido também como acrobacia aérea, esta, vem conquistando os cariocas, e quer se popularizar incrementando o convívio e sendo mais uma atração nas praças do Rio de Janeiro.
É o que conta Mariana Medina.
Cidade do Rio – O que é tecido? Como surgiu essa arte?
Mariana Medina – Tecido é uma modalidade circense de acrobacia aérea. Também chamado de Dança Aérea quando seu foco está mais na própria dança, do que nas acrobacias virtuosas do circo. Há várias vertentes sobre sua origem. Existem registros que descrevem atores utilizando as cortinas para se suspender nas realizações de cabarés nos teatros, de Berlim no século IX, e até mesmo escrituras chinesas descrevem acrobatas se pendurando em tiras de seda 2000 antes de Cristo. Mas foram os franceses que realizaram a primeira apresentação veiculada pela mídia de que se tem notícia, montada pelo Cirque de Soleil, em 1995. Foram eles que desenvolveram a técnica atual que vem transcendendo o ambiente do circo de lona, da dança e das escolas especializadas nesta arte.
Cidade do Rio – O que é preciso para se praticar? Há um lugar específico?
Mariana Medina – O tecido hoje, não se limita mais, apenas as escolas especializadas no ensino circense, e vem ganhando seu espaço em clubes, academias de dança e centros culturais. Para se praticar, é preciso de um pé direito de no mínimo 3,5 m de altura, com uma boa estrutura no teto que suporte o impacto das quedas e um tecido (liganete) com o dobro da altura que se vai pendurar. Para garantir a segurança do aprendiz um bom colchão é recomendado.
Cidade do Rio – Como está esse movimento no Rio. Soubemos que você tem um chamado de “Praça em Movimento”. No que consiste? Onde ocorre?
Mariana Medina – Praça em movimento surgiu, primeiramente da necessidade de treinar tecido em lugares extra-classes, aliada a minha vontade de revitalizar as praças da cidade. Então, penduramos tecidos nas arvores, sem machuca-las, é claro, e passamos tardes agradáveis em contato com a natureza. A praça é um espaço democrático, que a meu ver, nas cidades metropolitanas do Brasil, como no Rio de Janeiro, são pouco exploradas. Não existe essa cultura de habitar as praças, como em alguns países europeus, ou mesmo, nas cidades interioranas brasileiras. Há uma carência da população no contato com as artes em espaços abertos e públicos. O Praça em movimento, ainda é novo, com 7 edições, que ocorre geralmente uma vez ao mês, no Jardim de Alah, no Leblon. O Jardim de Alah por exemplo, consiste em 3 grandes praças, que estão praticamente abandonadas, com muito lixo. Seus maiores frequentadores são os cachorros .
Nada contra, amo-os, mas não podemos deixar, que esse espaço incrível, que se estende da praia ate a lagoa vire banheiro de cão. No próximo dia 2 de junho faremos mais uma edição, mas dessa vez, faremos um evento maior, se possível na praça Nossa Senhora da Paz em Ipanema. Estamos em contato com músicos, artistas plásticos, capoeiristas. Queremos fazer da praça, um encontro de artistas, famílias e os cachorros também são bem vindos, rs! Já nos penduramos também no Aterro do Flamengo e na Lagoa!
Cidade do Rio – Quais as dicas para quem tem vontade de fazer manobras no tecido?
Mariana Medina – Não pratique sozinho. Procure um professor. Tenha disciplina e frequência. A forca e a flexibilidade, os alunos vão desenvolvendo no decorrer do curso. E uma atividade que trabalha todos os grupos musculares de forma lúdica e divertida!
Cidade do Rio – Temos visto muitas meninas fazendo tecido. Mas esse também é uma arte para os meninos? O que você teria a dizer a eles?
Mariana Medina – Realmente, em sua maioria os praticantes de tecido, são do sexo feminino, no entanto, cada vez mais os homens estão aderindo a essa pratica. Quando experimentam, geralmente adoram, pois, por sua natureza mais forte, conseguem se sustentar com mais facilidade do que as mulheres.
Cidade do Rio – Deixe uma mensagem para quem tem curiosidade ou vontade de experimentar o tecido.
Mariana Medina – Venha fazer uma aula experimental no Clube Monte libano no Leblon ou no Espaço de dança Gisele Alvim em Botafogo! Tenho certeza que você vai se apaixonar.