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O Rio de Janeiro e a história dos Zeppelins

Publicado por cidadedorio em 26/08/14 | Rio

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Cenário visto pelos tripulantes dos zeppelins que voavam sobre o Rio de Janeiro

Por André Delacerda e Diogo Fagundes,

O Rio é uma cidade cheia de histórias e estórias. Um dia desses, eu estavamos pesquisando sobre avião de caça e lebramos da Base Aérea de Santa Cruz. Fomos tentar saber algo mais sobre a Base e nos deparamos com essa história interessante, que certamente muito carioca não conhece.

A história do local remonta a época do Brasil colonial. Ali existiu a Fazenda Santa Cruz, local de descanso de D. João VI e D. Pedro I. Porém o que nos chamou atenção não se concentra no fato de a Família Real ter estado em Santa Cruz. Mas sim, de como surgiram os alicerces para a atual Base Aérea.

No anos de 1930, ocorreu a primeira viagem experimental entre a Alemanha, Espanha e o Brasil – Graf Zeppelin -, com o pouso no Campo dos Afonsos. Conforme consta, no ano de 1933, os alemães da empresa Luftschiffbau Zeppelin, estiveram no Rio para escolher, o local mais apropriado para servir como campo de pouso e abrigo definitivo para os enormes dirigíveis. Que naquele período eram os grandes meios de transporte aéreo.

Itens como: clima, direção dos ventos, velocidade, dentro outros, foram levados em conta e pesaram na escolha da área próxima a Baía de Sepetiba. Essas terras pertenciam ao Ministério da Agricultura.

A história da Base tem início no ano de 1934, quando o então governo brasileiro autoriza de fato uma linha aérea entre o país e a Europa. No solo da antiga fazenda surge um aeroporto para dirigíveis – particularmente eu achei a localização bastante interessante, tem uma visão avançada, pois localiza um equipamento deste porte mais afastado do núcleo urbano -. A construção do aeroporto ficou a cargo da empresa Construtora Nacional Condor.

Com o nome de Bartolomeu Gusmão, o aeroporto entrou em funcionamento em 1936, com a presença do então presidente Getúlio Vargas. Quando se iniciou a linha Frankfurt – Rio. Infelizmente as viagens só duraram cerca de um ano, sendo nove ao todo. Operadas pelo famoso zeppelin Hindenburg, e pelo Graf Zeppelin.

O lendário Hindenburg possuía 245 metros de comprimento, 41,5 metros de diâmetro, e podia voar a uma velocidade de 135 km/h. Além de possuir uma autonomia de vôo de 14 mil quilômetros. Sua capacidade de acomodação era de 50 passageiros e 45 tripulantes. Já o Graf Zeppelin era um pouco menor que o Hindenburg, tendo 213 metros de comprimento, 5 motores, e capacidade para transportar 35 passageiros e 45 tripulantes.

Um ponto a se destacar, é a infra-estrutura do local. Além do aeroporto, foram construídos também um hangar – 270 metros comprimento por 50 de largura e altura -, que abrigava o dirigível e uma fábrica hidrogênio, gás que abastecia a aeronave. Havia uma linha férrea ligando o aeroporto a Estação D. Pedro II – note toda a logística, que envolveu o aeroporto, principalmente, no tocante ao acesso -.
Com o declínio dos dirigíveis, o Bartolomeu Gusmão passa a ser utilizado para fins militares, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, se transformando na Base Aérea de Santa Cruz.

Setenta e um anos se passaram e o local ainda guarda as relíquias da época. O hangar para zeppelin, é o único que restou dos três que foram construídos no mundo – Brasil, Alemanha e Estados Unidos -. Este é tombado como patrimônio histórico nacional. Outra construção ainda de pé no local, é a esfera para armazenagem do hidrogênio. Há também uma torre sobre o hangar, de onde se pode ter a visualização dos arredores da Baía de Sepetiba até o Rio Guandú – 61 metros de altura -.