Quem sabe faz
Publicado por blogcidadedorio em 15/04/12 | Rio, Site
Por Silvana Vargas
Por causa de um relógio cuco que trouxe da minha última viagem e que só andava atrasado fui procurar uma relojoaria que resolvesse meu problema. Ora essa, onde já se viu? Relógio escolhido é tal instrumento musical, não deve desafinar nunca.
Mas não é disso que quero falar. Quero dizer que, busquei ajuda numa relojoaria que funciona há mais de trinta anos, em Ipanema e, e atendeu dedicado relojoeiro que resolveu de modo definitivo um problema aparentemente complicado. Fez um ligeiro ajuste no pêndulo. Fiquei fã e passei deliciosos momentos na Relojoaria Leal, onde a dona me atendeu, de modo solícito e contando histórias de quem conhece bem as manhas do ramo.
Mas não é só disso que quero falar. Alguns comercios de conserto aqui funcionam de maneira muito peculiar. Dispensam a propaganda tradicional das midias mas ainda contam com a propaganda boca a boca. Sapatos de festas são forrados por senhores que atendem as clientes festeiras nas suas lojas, jóias são consertadas por joalheiros que toda boa vendedora de loja sabe indicar. Com o tempo concluí que as restauradoras de santos e artesãs de oratórios também são criaturas divinas. Acodem os desajeitados pecadores como eu que, certa ocasião, quebrei uma santa que minha mãe guardava no armário e era uma relíquia do seu casamento. De que sufoco ela me tirou…
Há também um Hospital de Bonecas em Ramos onde um simpático senhor devolve a alegria aos corações das meninas e meninos que chegam lá com o brinquedo dos sonhos precisando de reparos.Esse já tem até site na internet, talvez obra de um neto internauta. Mas não é bem isso que interessa.
Enfim, é disso que se trata: Nosso Rio é mesmo um lugar onde antigas e novas práticas coexistem se inscrevendo nas entrelinhas sem ganância. Nem pressa.