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Teatro do Saara vai oferecer cinco espetáculos a preços populares

Publicado por cidadedorio em 02/03/17 | ArteCultura

Teatro do Saara. O mascate da Rua da Alfândega. Lucas Oradovschi e Dulce Penna. Foto Renato Marques (2)

A Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega, bem mais conhecida por Saara, tem pelo menos 800 lojas e recebe diariamente mais de 80 mil pessoas em um único dia. Com foco nesse público que circula pela região, entre visitantes, comerciantes e outros trabalhadores, foi criado o Teatro do Saara, cujo objetivo é oferecer lazer de qualidade no horário do almoço sem que o espectador precise se planejar com antecedência. O propósito é justamente a conveniência. A partir do dia 13 de março, cinco espetáculos curtos, com ingressos a R$ 3, serão encenados em um antigo prédio da região selecionado pela equipe. Com textos de Luciana Zule e direção de Fernando Maatz (idealizador do projeto), O homem que via os mortos, O sequestro no trem fantasma, O mascate da Rua da Alfândega, Dr. Frederico, o hipnótico e Crime na Uruguaiana vão se alternar na programação de segunda a sexta, com 25 minutos de duração cada. O Teatro do Saara venceu o Fomento Viva Arte e tem patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

“Nosso principal objetivo é mostrar que o teatro pode fazer parte do dia a dia das pessoas, tornando-se uma alternativa de lazer inteligente no horário comercial. A ideia é manter em funcionamento um espaço na hora em que as pessoas já estão na rua. Não é preciso se deslocar para ir ao teatro. Ele já está lá”, explica Fernando Maatz, também diretor da Anti Cia de Teatro.

Com três apresentações por dia, entre 12h e 15h, as peças são inspiradas pelo Grand Guignol, teatro francês que ficou conhecido no começo do século 20. O gênero tornou-se famoso especialmente pelo modo como desenvolveu as peças de terror. “Havia truques cênicos e maquinaria para efeitos variados, de cortar uma cabeça a simular pele derretida por ácido. No Teatro do Saara, dialogamos com o Guignol e teremos truques inspirados pelo gênero de horror que tanto o consagrou”, acrescenta Fernando.

O projeto segue até o dia 23 de junho, mas o objetivo é futuramente conseguir criar ali um espaço cultural com programação contínua, sala de ensaio, teatro de pequeno porte e espaço de convivência. “Escolhemos o Saara por ser um comércio popular muito interessante, com grande diversidade de tipos, e com valor histórico. A cidade começou aqui: essas ruas são as mesmas citadas por Machado de Assis, por exemplo. Além disso, pensamos como empreendedores em como fazer um negócio viável. E fizemos as contas: para que o Teatro do Saara lote todos os dias, precisamos de menos de 1% dos que já frequentam a região”, completa Maatz.